quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Uma quase atriz

Enquanto conversava com meu namorado ontem, tive um delírio de ir para Hollywood, gravar um filme de sucesso e voltar com a conta do banco um pouquinho mais gorda...
Delírios à parte, já tive uma época da vida em que pensei realmente em atuar.
Quando pequena, gostava de criar personagens e criar diálogos entre eles, além de amar decorar falas de filmes, trechos de livros, poesias e peças teatrais.
Aos dez anos de idade, fui convidada pra participar de uma peça teatral para o dia das crianças. Era o musical da Turma do Printy / Turma do Salty "Louvores da garotada vol.2" e meu personagem era nada mais, nada menos que a "menina 3", mas foi um dos maiores papéis da minha vida.
Daí em diante, toda comemoração que tinha na igreja me inventavam um monólogo e eu amava interpretá-los.
Depois, quando eu já estava com uns quinze anos, não me davam mais papéis para as peças da igreja. Fiquei meio tímida na época e acabei deixando meu "lado-atriz" desativado. Uma parte dele insistia em voltar, já que eu decorava todas as falas das peças que eu nem participava...
Anos mais tarde, entrei para a faculdade. Senti uma certa dificuldade em falar em público e isto não é muito bom quando se tem inúmeros seminários para apresentar no decorrer dos semestres.
Minha irmã entrou em uma promoção de uma escola de cursos profissionalizantes e me chamou para participar também. Optei pelo curso de teatro, porque imaginei que me ajudaria a perder meu medo de público.
Gostei muito do curso do dia que entrei. Fazíamos exercícios, esquetes e recebíamos muitas dicas.
Passado um tempo, minha professora de teatro me convidou para fazer parte da peça da outra turma que já estava se formando. Pra mim foi uma oportunidade ótima. Conheci doze pessoas com as quais aprendi muito e ainda tenho contato com elas de vez em quando.
A peça contava a história de seis amigas que foram separadas com o passar dos anos e, com um presente do destino (tem que dar emoção pra sinopse), suas vidas começam a se cruzar novamente e elas precisam superar diferenças sociais e problemas familiares em nome da amizade verdadeira (chorei aqui).
Às vésperas da apresentação, temos que gravar nossas falas em estúdio por ordem do dono da escola. Passamos o dia inteiro gravando e, no outro dia, quando faltavam poucas horas para a apresentação, fomos surpreendidas por erros drásticos de edição que colocariam em risco toda a apresentação. Sem alternativa, resolvemos fazer a peça inteira ao vivo. Nós, as que tínhamos menos falas, tentávamos lembrar as protagonistas quando elas esqueciam suas marcações e, apesar de tudo, a peça deu certo.
Por motivos que prefiro não citar para não julgar ninguém, nossa professora foi tirada e colocaram outra no lugar cuja vocação era a dança (não que eu a tenha visto dançar efetivamente, mas se ela disse, eu acredito).
Todas nossas aulas de teatro foram convertidas em aulas de dança e a peça de teatro da minha turma (que já estávamos ensaiando) foi simplesmente descartada.
Com um toque de mágica, quase todos os alunos da escola foram embora e restamos apenas os mais persistentes. Fiquei um mês sem frequentar a escola de teatro, até que escrevi uma nova peça e, por incrível que pareça, a professora aceitou. Passamos a ensaiar, mas a professora queria mudar totalmente a idéia da protagonista da peça interpretada por mim e não entrávamos em acordo.
Um belo dia, ela foi pra uma competição de dança e deixou outro professor em seu lugar. Aprendemos muito com ele e sentimos que finalmente apresentaríamos a peça da nossa turma, mas a diretoria da escola começou a dizer que não era possível marcar a apresentação no teatro e não apresentamos até hoje.
Depois disto não tive mais experiências com teatro. Devo até ter perdido a prática...