sexta-feira, 28 de abril de 2017

Refletindo sobre oração...

Há algumas semanas assisti ao filme Deus não está morto 2 e, entre tantas cenas no filme que eu achei interessante, uma me chamou a atenção. A cena em questão está logo no início e não muda em nada o que vai acontecer depois no filme e não envolve diretamente a trama principal do filme, então vou comentá-la aqui sem dar spoilers.
Nesta cena em questão uma mulher descobre que foi curada de um câncer e liga para o vocalista da banda Newsboys contando o milagre. Ele se alegra com ela, mas ela diz que não consegue acreditar no que aconteceu e ele pergunta: mas não foi para isto que você orou?
Hoje, lendo o capítulo 12 do livro de Atos encontro uma situação muito parecida. Pedro tinha sido preso por pregar sobre Jesus e, no meio da noite, um anjo aparece para ele na cadeira e o tira de lá passando pelas celas e paredes. No momento ele pensava que estava tendo uma visão, mas, ao se ver livre da prisão, percebeu que era realidade. Então foi até uma casa onde as pessoas estavam orando por ele. Ao chamar na porta uma menina reconhece sua voz e diz às pessoas que Pedro estava lá. As pessoas não acreditaram nela e continuaram a orar, só depois que Pedro perseverou em bater que perceberam que era verdade.
Após reconhecer algumas semelhanças entre estas histórias comecei a pensar se às vezes eu não tenho agido desta maneira. Se eu oro pra que algo aconteça, mas eu não sou capaz de acreditar ou perceber que já recebi o milagre, mas ainda estou orando por ele.
A bíblia nos diz em Romanos 8:26, que o Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas, porque não sabemos pedir as coisas como convém. E é verdade! Quantas vezes eu me pego orando e, em vez de pedir que Deus faça a sua vontade, que é boa perfeita e agradável (Romanos 12:2) eu estou tentando dar as minhas próprias soluções para Deus? Quem sou eu pra achar que sei mais do que Deus para dizer o que Ele deve fazer? E quantas vezes também eu peço por algo que eu já tenho, mas não tenho capacidade para perceber?
É como uma pessoa que pede para Deus um carro que é mais caro do que ela pode comprar. Passam uns dias e ela é promovida no trabalho e pensa "poxa! não é o que eu estava pedindo, mas fico feliz". Seu salário sobe o suficiente pra conseguir comprar o carro, sua saúde é renovada para trabalhar, até mesmo a concessionária da sua cidade faz uma promoção do carro zero e a pessoa não percebe o milagre acontecendo porque está esperando que o tão sonhado carro apareça na garagem de casa.
Sem perceber, vivemos milagres diariamente. Quantas vezes, por exemplo, alguém nos fecha no trânsito e conseguimos sair ilesos dando todo o mérito para nossos próprios reflexos?
E quando está claro que o milagre aconteceu, mas eu não consigo acreditar? Eu estava orando para algo impossível, eu queria que acontecesse, mas eu não acredito que possa acontecer. A bíblia nos diz que tudo o que pedirmos em oração, crendo, receberemos (Mateus 21:22) e qua não há impossíveis para Deus. Nós realmente acreditamos que Deus pode todas as coisas, mas às vezes condicionamos o agir de Deus pelas nossas limitações e não pelo poder que Ele tem de fazer acontecer. Eu posso pensar: eu vou orar, mas Deus não vai fazer, porque eu não tenho fé o suficiente pra fazer acontecer. Jesus disse que se nossa fé fosse do tamanho de um grão de mostarda nós conseguiríamos mudar os montes de lugar. Quando o centurião pediu que Jesus desse apenas uma palavra para curar seu servo (Lucas 7:6-10) ele não pediu sabendo que ele tinha uma grande fé, ele nem sequer era discípulo de Jesus, mas sabia que Jesus fazia milagres. 
Resta então refletirmos um pouco: O que eu quero realmente quando eu oro? Quero que Deus realize os meus desejos e caprichos ou quero entregar minhas necessidades e limitações nas mãos Dele sabendo que Ele pode todas as coisas?

sexta-feira, 10 de março de 2017

Fobia social e a Guerra de Egos

Acordei nesta manhã pensando sobre este blog e muitas outras coisas que tenho feito e vivido. Embora esteja descobrindo um mundo novo e vivendo várias mudanças em minha vida, não queria escrever sobre estas mudanças, por ser algo muito pessoal, mas de um tempo pra cá eu tenho refletido muito sobre diversas coisas e acredito que não foge da proposta do blog escrever o que eu penso também e não somente alguma aventura que eu tenha vivido.

Eu sempre fui uma pessoa muito ansiosa, desde pequena. Eu nunca fui analisada por um profissional para ter certeza, mas durante minha vida toda eu tive sintomas de uma ansiedade social, ou fobia social. Fobia social não é ter medo de gente, mas na prática, temer a análise das pessoas, a reação das pessoas, é tentar falar em público e travar, não porque não se sabe o que falar, mas porque o olhar de alguma pessoa na plateia te paralisou e, depois de ter passado o discurso, não é ser como qualquer pessoa que se sente aliviado pela situação ter acabado, mas a cena fica se repetindo na memória e no subconsciente, tirando o sono, fazendo a gente pensar que deveria ter usado outra palavra em vez da palavra usada. Minha farta memória pode ser uma bênção, por eu me lembrar de tantos momentos bons, mas também um fardo por não me permitir esquecer por completo momentos ruins. Não é nem questão de mágoa com alguém, mas o sentimento da vergonha do momento do stress causado em meio a uma situação de fobia social volta algumas vezes até que se consiga superar o que se passou.
Eu passava mal em todos os dias de prova na escola. Eu terminava a prova e pedia pra professora se eu podia sair da sala, porque meu estômago reagia de maneira involuntária e não era um desespero porque eu não sabia a matéria, porque eu sempre tirava ótimas notas, mas a cobrança da avaliação em si. É como nos exames práticos da auto escola, que eu fiz cinco vezes e não passei. Até mesmo minha instrutora de trânsito não entendia como eu reprovava sendo que eu sempre ia bem nas aulas. Mas eu ficava num nível tão grande de stress e ansiedade, que eu não conseguia nem ligar o carro, me dava um completo branco.
Eu tive vários amigos no decorrer da vida, mas sempre tive dificuldade de me abrir. Foram poucos os amigos que escutaram desabafos meus e puderam me aconselhar. Às vezes eu voltava de algum lugar onde passei horas alegres com várias pessoas, mas em casa me sentia sozinha, porque nenhuma daquelas pessoas da multidão conhecia minha forma de pensar, minhas paixões, minhas certezas e anseios, eram apenas pessoas com que eu podia compartilhar momentos.
Parece um pouco dramático ou superficial falar da minha vida desta forma. Dá a impressão que eu tinha um vazio. Quando as pessoas que eu amo estavam por perto, família, amigos mais próximos, namorado, tudo parecia mais fácil. Quando eles não estavam era o momento da minha mente querer trabalhar contra mim.
As pessoas podem pensar: ué! mas você não acredita em Deus? como você pode se sentir sozinha e ter ansiedade se você conhece a Deus? Eu acredito sim em Deus, tenho fé, acredito que Ele pode me preencher, mas também acredito que dependo das pessoas ao meu redor. Não para viver, mas para ter apoio emocional. Se as pessoas à nossa volta não fossem importantes o mandamento seria apenas Amar a Deus sobre todas as coisas e pronto, mas existe a parte do Amar ao próximo como a nós mesmos. Mas esta segunda parte, principalmente num mundo onde um se sente mais importante que o outro, é praticamente dispensável.
Hoje, olhando para tudo o que eu vivi, me vejo mais forte emocionalmente, mais forte na fé e sinto que venci a ansiedade. Cada momento em que passei "sozinha", em vez de me desesperar e perder o chão, eu procurei a Deus e aos livros. Eu li livros de psicologia (e posso confirmar que sempre fui cética com relação à eficiência da psicologia, até compreendê-la), traçando paralelos com a Bíblia e percebi que a Bíblia é um grande livro de psicologia e apoio emocional, além do espiritual, é claro.

"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo."
1 Coríntios 2:14-16


Em meio ao caos de uma mente ansiosa e cheia de conflitos internos, não somos capazes muitas vezes de encontrar uma solução, nos perdemos no que o Dr. Augusto Cury chama de Janelas Killers, que são os pensamentos e traumas que vêm à tona no momento de stress. Analisando a Bíblia podemos decidir se agimos de acordo com nossa natureza humana ou espiritual. Podemos ser os dois, mas um nos agrada momentaneamente (na ilusão de sempre acharmos que estamos com a razão), mas nos destrói; o outro nos faz ceder mais e deixar nossas próprias vontades, mas nos cura, não só do egoísmo, mas dos traumas, da solidão, dos complexos e de nós mesmos (que muitas vezes somos nossos próprios carrascos).
Parei pra pensar e, pra que eu tenha a mente de Cristo, eu devo agir como Ele agiu. Eu devo ser capaz de olhar pra um traidor e ter compaixão dele, devo ser capaz de não olhar para o meu próprio umbigo sem me preocupar com mais ninguém, devo ser capaz de perdoar aqueles que eu sei que vão me matar.
Estamos vivendo dias de guerras de egos em todo lugar: na internet, no trabalho, na igreja... Escutamos tanto as frases "seja você mesmo!", "vão ter que te aceitar assim como você é!", "você não é todo mundo", "se fulano pular da ponte, você pula também?" que acabamos acreditando que o "fulano" nunca está certo, não merece nossa compreensão e eu posso ser eu mesmo sem pensar nele. Pensamos saber o que é melhor pra nós mesmos e não estamos nem aí se alguém vai sair prejudicado com nossas atitudes ou se vamos matar as emoções e esperanças de alguém com nossas palavras. Eu prefiro ficar com as palavras de Jesus:

"Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis." João 13:34

"Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?
E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?
Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus."
Mateus 5:46-48
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.
1 Coríntios 2:14
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.
1 Coríntios 2:14-16