quarta-feira, 31 de julho de 2013

Falando em público

Inicio meu post, confessando que sou péssima para falar em público. Péssima mesmo. Começo a olhar as pessoas que estão ao meu redor, começo a gaguejar, tremer e chego a esquecer o que tenho que falar.
Isto tem me acompanhado há muito tempo, desde o primeiro amigo secreto de natal da minha família, feito em 1994. Meus pais me entregaram o presente, disseram qual era o primo que eu deveria presentear e eu simplesmente travei. Comecei a pular com o presente nas mãos, chacoalhar, rir sem saber para qual direção olhar, até que me disseram para entregar o presente sem falar nada e eu finalmente sosseguei.
Mais tarde, descobri que, quando estava interpretando um personagem, minha vergonha de falar em público passava temporariamente. Então eu comecei a achar que o problema era ser eu.
Fiz pouco mais de um ano de teatro, achando que isso poderia me ajudar nas apresentações de seminários da faculdade, que foram muitas. De uma certa forma, ajudou. Eu gaguejava, esquecia, mas aparentava estar segura do que estava falando e isto para mim já estava bom.
Até que surgiu na faculdade, a oportunidade de fazer um trabalho de tema livre. Os alunos poderíam falar de qualquer coisa, desde que a associassem com a informática (que é a minha área de formação).
Resolvi, então, fazer um trabalho sobre a informática na música. Comecei falando da história da música, depois falei de notas musicais, partitura e softwares que auxiliam o aprendizado na educação musical.
Consegui, nesta apresentação, falar durante um bom tempo, sem gaguejar e me empolguei. Quando o professor tomou a palavra, ele disse que eu tinha falado com muita propriedade, pois era um assunto que eu gostava, que me dava prazer e que eu conhecia bem. Isso me fez pensar e tem me ajudado muito.
Desde muito cedo, me senti chamada para falar de Deus através da música. Já fiz parte de várias bandas, mas nenhuma parecia estar dentro deste propósito, não que elas não falassem de Deus, mas eu sentia que faltava alguma coisa em mim.
Ainda na adolescência, começou a crescer em meu coração uma vontade de fazer parte de uma banda de garotas, mas era difícil encontrar garotas que quisessem participar deste projeto.
Comecei a compôr há muito tempo e todas as pessoas para quem eu mostrava minhas músicas (sem exceção) me diziam: "Bonitas músicas! Para quem você pensa em vendê-las?" e, quando eu falava que tinha o sonho de gravá-las com minha própria voz, me colocavam ainda mais para baixo, dizendo que então elas jamais sairiam da gaveta.
Esperei um bom tempo, mas hoje já estou registrando minhas músicas, faço parte de uma banda de garotas. Não somos famosas, nem fechamos contrato com uma gravadora, mas já vejo o sonho se realizando. Estamos levando a mensagem de Deus através da música e já temos tocado músicas próprias. Não tenho um CD gravado ainda, mas apenas o fato de ter tido a oportunidade de gravar uma música minha em estúdio já me deixa feliz e me faz pensar que nenhum sonho é em vão, se existe a vontade de realizá-lo.
Hoje tenho tido a oportunidade de falar de Deus em público e tem sido uma experiência maravilhosa. Conheço minhas limitações e tem sido possível ver a mão de Deus em nossas vidas. Aprendi que só consigo falar em público sobre assuntos que eu conheço bem e que me fazer sentir prazer, então resolvi ficar mais perto de Deus, para o conhecer melhor a fim de falar sobre Ele.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Economias de uma não-economista

Dinheiro é  problema pra uns e solução pra outros. No meu caso nunca foi nem um nem outro. Sou uma pessoa que está realmente feliz com o que tem e não sou nenhuma milionária.
Certa vez, disse para algumas amigas da escola que dinheiro era apenas papel e alguém disse que ele poderia valer alguma coisa, achando que isto seria justo e elas entenderam que eu queria causar polêmica e que o dinheiro era sim importante.
Antigamente, as pessoas trocavam o que tinham para conseguir o que queriam. Se eu tinha batatas e queria carne, deveria procurar alguém que tinha carne e aceitava batatas em troca. Hoje existem sites de compras que fazem exatamente isto, e as pessoas acham que as coisas realmente mudaram.
Mas entrando no assunto da minha vida, desde pequena meus pais me orientavam a comprar coisas com o meu dinheiro. Ajudava minha mãe com tarefas simbólicas e recebia moedas em troca. Certa vez, minha irmã e eu conseguimos juntar R$50,00 (cinquenta reais) apenas em moedas.
Quando fazíamos compras com nossos pais, eles davam 5 ou 10 reais para cada uma e teríamos que escolher as guloseimas que gostaríamos de levar e não estavam inclusas na lista de compras. Aquilo que não cabia no nosso pequeno orçamento, ficava no mercado.
Quando estava entrando na adolescência, não queria mais ir com aquelas mochilas enormes na escola e decidi que usaria fichário e uma bolsa mais delicada. Minha tia disse que me daria o fichário e só me restaria comprar a bolsa.
Eu ainda não trabalhava, mas já tinha economizado 7 reais para comprá-la. Fui até uma loja na rua da minha casa e a bolsa mais barata custava 8 reais. Voltei para casa e juntei dinheiro durante mais uma semana e voltei até a loja. O vendedor, que já me conhecia, disse que me daria um desconto e cobrou apenas 7 reais pela bolsa.
Muitos poderiam pensar: "então você perdeu uma semana". Eu prefiro pensar que ganhei um real, afinal, se tivesse comprado a bolsa antes, talvez nem tivesse conseguido este dinheiro.
Hoje, com 23 anos, não sou rica, não sou dona de nenhum empreendimento, não sou herdeira de uma fortuna, não encontrei petróleo no quintal de casa, mas nada disto tem feito falta pra mim. Já tive tantos sonhos realizados, vivo uma vida tranquila e não consigo atender à demanda de aulas de música que me pedem.
Não sou nenhum tipo de economista ou administradora, mas creio num Deus de provisão e acho que é o bastante. Mesmo quando todos na minha casa estavam desempregados, nunca passamos fome e nem necessidade. Tudo sempre está no controle.