domingo, 24 de novembro de 2013

Viagem rumo ao Skillet

Após um tempo longe daqui, muitas coisas aconteceram e tem acontecido e vou postá-las aos poucos. Entre tantas novidades, tive a oportunidade de assistir ao vivo a uma das minhas bandas favoritas (o que é uma dádiva quando você só escuta bandas internacionais que nunca visitaram seu país).
Começou com boatos de vendas de ingressos no facebook. Fiquei desconfiada, já que hoje em dia não dá pra se confiar na informação vinda de qualquer fonte, procurei no site oficial da banda e ainda não tinha nada a respeito de shows no Brasil.
Após algumas semanas a data e o local do show finalmente se confirmaram no site oficial e isto foi o suficiente pra comprar 3 ingressos, independentemente do preço. Um para mim, um para minha irmã e um para meu namorado.
Tendo em mãos os ingressos, começamos a procurar outras pessoas que iriam para ver com qual condução seguiríamos até a capital. Moro numa cidade do interior paulista.
Já estava próximo da data do show e não sabíamos como iríamos, mas iríamos, nem que fosse caminhando.
Resolvemos pegar um ônibus na rodoviária. Pesquisei na internet as linhas de metrô que deveríamos pegar pra chegar até o local do show e estava com um mapa debtro da bolsa.
Saímos pela manhã e pegamos o primeiro ônibus pra São Paulo que vimos. Seguimos viagem até chegar na rodoviária Tietê. Pegamos um metrô sentido Jabaquara e fizemos baldiação na estação da Luz. Pegamos outro metrô, sentido Butantã e descemos na estação Faria Lima. A partir daí era só localizar a Avenida Brigadeiro Faria Lima pra continuar seguindo o mapa, mas não encontramos nenhuma placa de nome de rua.
Um pessoal que estava no mesmo metrô que a gente disse que estava tentando conectar o gps e que iriam para o mesmo lugar que a gente (estávamos devidamente identificados, com camisetas e acessórios da banda. Qualquer um que conhecesse a banda, saberia que estávamos indo para o show).
Tendo conectado o gps, seguimos até o local do show, onde encontramos uma fila com mais de um quarteirão de tamanho. Ficamos com o pessoal que nos encontrou no metrô e isto fez com que o tempo que ficamos parados no mesmo lugar parecesse menor. Chegamos horas antes, mas os primeiros da fila estavam desde a madrugada esperando.
Fomos acompanhando as novidades pelas postagens no facebook e twitter, até que a grande hora chegou.
Entramos, cantamos, gritamos e pulamos como se não houvesse amanhã. Vi Jen Ledger tocando ao vivo e isto já valeria a viagem. *.*
Após o show, pegamos um metrô, um trêm e uma carona com meu primo e fomos até a casa dele. Ficamos assistindo dvd de música até pegar no sono.
Ficamos no dia seguinte até o almoço e eu e meu namorado voltamos de ônibus pra casa. Com o congestionamento de São Paulo, minha irmã e meus primos chegaram bem depois.
Foi algo que não vou esquecer. John Cooper dizendo que os brasileiros são muito loucos e que deveriam ir pros Estados Unidos com eles pra ensinar o Rock'n roll. Percebi que meu inglês estava em dia e curti demais cada momento.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Irmã gêmea

Dizem que temos em média sete sósias espalhadas pelo mundo. Quem quer que tenha escolhido onde ficariam as minhas, não deve ter embaralhado direito.
Até os meus 12 ou 13 anos, minha irmã (3 anos, 10 meses e 19 dias mais nova), era menor que eu e mesmo tendo alguns traços parecidos comigo, ninguém chegava a nos confundir. Hoje, mesmo ela estando mais alta que eu, as pessoas ainda insistem que somos parecidas. (quem convive muito com a gente não acha)
Um dia eu estava andando pelo bairro onde morávamos e alguns adolescentes da idade da minha irmã na época passaram por mim e começaram a falar mal da minha irmã, dizendo que ela já não os cumprimentava.
Para evitar estes constragimentos, resolvemos fazer um trato: Cumprimentar e atender pessoas, mesmo que soubessem que estavam confundindo uma com a outra.
Engraçado também é quando andamos juntas. As pessoas perguntam se somos gêmeas e se assustam quando falamos a diferença de idade que existe entre nós.
Um dia, querendo contrariar a tudo e a todos, nos vestimos igual para ir ao centro da cidade. Neste dia ninguém nos perguntou se éramos gêmeas, porque provavelmente já teriam certeza que sim.
Aos vinte anos fiz mechas californianas em meu cabelo e depois comecei a fazer luzes e fico cada dia mais loira. Enquanto eu loira e minha irmã morena, não haviam muitas pessoas nos confundindo.
A comparação entre eu e minha irmã não me incomoda, mas as pessoas começaram a caçar sósias minhas.
Tinham duas dentro da igreja (eu particularmente não me acho parecida com nenhuma delas). Mas as pessoas chegavam a me cumprimentar pensando que era elas e me falavam coisas como: "te vi no culto hoje, mas você não me cumprimentou!" e eu dizia: "como? eu nem fui ao culto hoje!"
Depois que eu fiquei loira estes dois problemas também foram resolvidos.
O problema é que, já loira, certa vez minha mãe estava na igreja e uma senhora disse que eu tinha saído no jornal e que ela tinha guardado a matéria para mostrar para a gente. Como o assunto era político e eu trabalho na prefeitura da minha cidade, minha mãe realmente acreditou que pudesse ser eu.
Quando aquela senhora levou a matéria, era uma menina loira com o nome igual ao meu, que estava se candidatando a vereadora. Mais uma vez, eu não me achei nem um pouco parecida com ela, mas acho que minha fisionomia deve ser muito difícil de guardar. É a única explicação que tenho... O pior é que mais pessoas perguntaram se eu tinha me candidatado.
São situações estranhas e acho que seria muito constrangedor conhecer alguma delas, mesmo que para mim não haja nenhuma semelhança entre nós.
Se bem que eu não posso culpar as pessoas. Eu sou muito boa fisionomista. Consigo diferenciar gêmeos univitelinos legítimos com facilidade e dificilmente confundo alguém com outra pessoa.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Falando em público

Inicio meu post, confessando que sou péssima para falar em público. Péssima mesmo. Começo a olhar as pessoas que estão ao meu redor, começo a gaguejar, tremer e chego a esquecer o que tenho que falar.
Isto tem me acompanhado há muito tempo, desde o primeiro amigo secreto de natal da minha família, feito em 1994. Meus pais me entregaram o presente, disseram qual era o primo que eu deveria presentear e eu simplesmente travei. Comecei a pular com o presente nas mãos, chacoalhar, rir sem saber para qual direção olhar, até que me disseram para entregar o presente sem falar nada e eu finalmente sosseguei.
Mais tarde, descobri que, quando estava interpretando um personagem, minha vergonha de falar em público passava temporariamente. Então eu comecei a achar que o problema era ser eu.
Fiz pouco mais de um ano de teatro, achando que isso poderia me ajudar nas apresentações de seminários da faculdade, que foram muitas. De uma certa forma, ajudou. Eu gaguejava, esquecia, mas aparentava estar segura do que estava falando e isto para mim já estava bom.
Até que surgiu na faculdade, a oportunidade de fazer um trabalho de tema livre. Os alunos poderíam falar de qualquer coisa, desde que a associassem com a informática (que é a minha área de formação).
Resolvi, então, fazer um trabalho sobre a informática na música. Comecei falando da história da música, depois falei de notas musicais, partitura e softwares que auxiliam o aprendizado na educação musical.
Consegui, nesta apresentação, falar durante um bom tempo, sem gaguejar e me empolguei. Quando o professor tomou a palavra, ele disse que eu tinha falado com muita propriedade, pois era um assunto que eu gostava, que me dava prazer e que eu conhecia bem. Isso me fez pensar e tem me ajudado muito.
Desde muito cedo, me senti chamada para falar de Deus através da música. Já fiz parte de várias bandas, mas nenhuma parecia estar dentro deste propósito, não que elas não falassem de Deus, mas eu sentia que faltava alguma coisa em mim.
Ainda na adolescência, começou a crescer em meu coração uma vontade de fazer parte de uma banda de garotas, mas era difícil encontrar garotas que quisessem participar deste projeto.
Comecei a compôr há muito tempo e todas as pessoas para quem eu mostrava minhas músicas (sem exceção) me diziam: "Bonitas músicas! Para quem você pensa em vendê-las?" e, quando eu falava que tinha o sonho de gravá-las com minha própria voz, me colocavam ainda mais para baixo, dizendo que então elas jamais sairiam da gaveta.
Esperei um bom tempo, mas hoje já estou registrando minhas músicas, faço parte de uma banda de garotas. Não somos famosas, nem fechamos contrato com uma gravadora, mas já vejo o sonho se realizando. Estamos levando a mensagem de Deus através da música e já temos tocado músicas próprias. Não tenho um CD gravado ainda, mas apenas o fato de ter tido a oportunidade de gravar uma música minha em estúdio já me deixa feliz e me faz pensar que nenhum sonho é em vão, se existe a vontade de realizá-lo.
Hoje tenho tido a oportunidade de falar de Deus em público e tem sido uma experiência maravilhosa. Conheço minhas limitações e tem sido possível ver a mão de Deus em nossas vidas. Aprendi que só consigo falar em público sobre assuntos que eu conheço bem e que me fazer sentir prazer, então resolvi ficar mais perto de Deus, para o conhecer melhor a fim de falar sobre Ele.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Economias de uma não-economista

Dinheiro é  problema pra uns e solução pra outros. No meu caso nunca foi nem um nem outro. Sou uma pessoa que está realmente feliz com o que tem e não sou nenhuma milionária.
Certa vez, disse para algumas amigas da escola que dinheiro era apenas papel e alguém disse que ele poderia valer alguma coisa, achando que isto seria justo e elas entenderam que eu queria causar polêmica e que o dinheiro era sim importante.
Antigamente, as pessoas trocavam o que tinham para conseguir o que queriam. Se eu tinha batatas e queria carne, deveria procurar alguém que tinha carne e aceitava batatas em troca. Hoje existem sites de compras que fazem exatamente isto, e as pessoas acham que as coisas realmente mudaram.
Mas entrando no assunto da minha vida, desde pequena meus pais me orientavam a comprar coisas com o meu dinheiro. Ajudava minha mãe com tarefas simbólicas e recebia moedas em troca. Certa vez, minha irmã e eu conseguimos juntar R$50,00 (cinquenta reais) apenas em moedas.
Quando fazíamos compras com nossos pais, eles davam 5 ou 10 reais para cada uma e teríamos que escolher as guloseimas que gostaríamos de levar e não estavam inclusas na lista de compras. Aquilo que não cabia no nosso pequeno orçamento, ficava no mercado.
Quando estava entrando na adolescência, não queria mais ir com aquelas mochilas enormes na escola e decidi que usaria fichário e uma bolsa mais delicada. Minha tia disse que me daria o fichário e só me restaria comprar a bolsa.
Eu ainda não trabalhava, mas já tinha economizado 7 reais para comprá-la. Fui até uma loja na rua da minha casa e a bolsa mais barata custava 8 reais. Voltei para casa e juntei dinheiro durante mais uma semana e voltei até a loja. O vendedor, que já me conhecia, disse que me daria um desconto e cobrou apenas 7 reais pela bolsa.
Muitos poderiam pensar: "então você perdeu uma semana". Eu prefiro pensar que ganhei um real, afinal, se tivesse comprado a bolsa antes, talvez nem tivesse conseguido este dinheiro.
Hoje, com 23 anos, não sou rica, não sou dona de nenhum empreendimento, não sou herdeira de uma fortuna, não encontrei petróleo no quintal de casa, mas nada disto tem feito falta pra mim. Já tive tantos sonhos realizados, vivo uma vida tranquila e não consigo atender à demanda de aulas de música que me pedem.
Não sou nenhum tipo de economista ou administradora, mas creio num Deus de provisão e acho que é o bastante. Mesmo quando todos na minha casa estavam desempregados, nunca passamos fome e nem necessidade. Tudo sempre está no controle.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Viagem de última hora - parte 2

Para a quarta-feira, passamos boa parte da manhã descobrindo como podíamos utilizar as bicicletas do projeto Bike Rio. Compramos o pacote de 24 horas de uso, com descanso de 15 minutos a cada hora e andamos de bicicleta quase todo o dia.
O mais engraçado é que, como estávamos em quatro pessoas, dificilmente encontrávamos o número de bicicletas que queríamos em uma mesma estação. Tivemos que nos dividir. Duas com bicicleta e duas sem, indo de estação em estação para guardar outras duas bibicletas. Quando nos reunimos as quatro com quatro bicicletas, o tempo das outras duas já estava acabando. Esperamos 15 minutos e aí sim seguimos com o nosso passeio.
Fomos até a praia de Ipanema, onde passamos boa parte do dia, andamos de bicicleta por toda a praia, alimentamos um senhor com camarão, ele pediu mais, voltamos para Copacabana.
Na manhã de quinta-feira minha prima propôs uma reunião para nos separarmos, já que queríamos fazer coisas diferentes, mas acabamos fazendo um acordo e ficamos juntas.
Fomos à praia pela manhã e eu finalmente entrei na água. Mas pelo tempo que estava se formando, achei melhor sair, porque as ondas ficaram agitadas e só sobraram surfistas na água.
Fomos almoçar e depois caminhamos pela praia. Conseguimos chegar ao nosso apartamento antes da chuva. E choveu durante a noite também.
Na sexta-feira, acordamos cedo para arrumar as malas e fomos ao hostel para tomarmos café. Fomos de lá para o Aeroporto onde quase que minha prima fica novamente pelo documento.
Falando em documento, minha identidade ficou no hostel. Notei a falta dela no aeroporto, mas por sorte estava também com minha carteira de habilitação, que foi o suficiente para que eu viajasse.
Durante a viagem de volta assisti parte dos filmes "Escola de rock" com Jack Black e "Tudo o que uma garota quer" com Amanda Bynes. O segundo foi interrompido uma duas vezes porque o avião tremeu um pouquinho devido ao tempo fechado. Desci em Campinas sem ver o final do filme. Meu primo nos buscou e voltamos para nossa cidade.

Obs: Minha prima entrou em contato com o hostel, que mandou minha identidade pelos correios.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Viagem de última hora - parte 1

Quando planejamos algo, pensamos em cada detalhe para que não hajam preocupações futuras, mas quando as coisas acontecem de repente, geram melhores histórias.
Minha prima entrou de férias no começo do mês passado e estava com vontade de sair pra fazer algo diferente. Entrou em contato comigo sobre fazermos algum passeio e, se possível, andarmos de avião pela primeira vez. Comecei a analisar minha agenda e meus afazeres e percebi que meu ano aquisitivo estava para vencer, o que me permitia pedir férias. E foi isto que eu fiz. Conversei com meu chefe a respeito, que também levou um susto por eu ter pedido isto de última hora, mas tudo acabou dando certo.
Minha prima conversou com outras duas primas e entramos em um acordo.
Então foi a hora de ver tudo aquilo que estava faltando. Roupas, bikini e acessórios eu já tinha, mas me faltava o mais importante: uma mala que pudesse levar minhas coisas com segurança no avião. Corri atrás e, depois de ter comprado, minha tia me ofereceu uma outra mala.
Tendo arrumado as malas vem o desespero de não deixá-la ultrapassar o limite de peso. Na véspera da viagem (num domingo) saí com meu namorado para procurar uma farmácia para pesarmos a mala, mas a única que encontramos aberta não tinha balança, mas acabou dando certo.
No aeroporto, estávamos as quatro perdidas e quando finalmente nos situamos, quase não deixam minha prima viajar porque o documento que ela levou não estava com o nome de casada.
A viagem foi tranquila e passou mais rápido do que imaginávamos e lá estávamos nós no Rio de Janeiro.
Tínhamos combinado com um motorista para nos buscar, mas ele não deu sinal de vida. Pelo menos não fez nada que pudesse identificá-lo. Decidimos pegar um táxi até o hostel onde tínhamos as reservas.
Chegando no hostel começaram as propagandas de passeio enquanto fazíamos o check-in. Decidimos fechar com o passeio pelos pontos turísticos do Rio.
Quando finalmente estávamos em nosso quarto, decidimos sair para procurar comida. De sorte estávamos hospedadas em um local bem movimentado de Copacabana, o que facilitou muito para encontrar as coisas que precisávamos.
Entramos em uma lanchonete e pedimos um x-burguer cada. Estávamos mortas de fome e foi grande a decepção quando vimos o tamanho do lanche. Passeamos pela avenida principal e descobrimos outros lugares onde poderíamos comer e não passar apuros.
No dia seguinte fomos para o passeio que compramos. O guia nos levaria ao Corcovado, outros lugares do Rio e terminaríamos o dia indo ao Pão-de-açúcar, mas fomos surpreendidas novamente.
Ao chegarmos no Corcovado, nos disseram que a Prefeitura tinha mudado todo o sistema de vendas de ingresso (se buscarem na internet, vão encontrar diversas notícias a respeito) e que, a partir daquela terça-feira, os ingressos seriam vendidos no Largo do Machado.
Fomos até o ponto de vendas, mas ainda não tinham ingressos para nos vender.
O guia decidiu nos levar primeiro ao Pão-de-açúcar, onde tiramos muitas fotos e nos divertimos muito. Ao sairmos, compramos os ingressos para o Cristo Redentor.
Saímos do Largo do Machado e o guia parou em um posto para abastecer o carro. Quando entávamos saindo, uma taxista se choca com o nosso carro. A mulher desceu do carro e começou a gritar desesperadamente com o guia. Se ele não tivesse dado dinheiro a ela e conversado com o chefe dela pelo telefone, creio que nosso passeio terminaria ali. Foi necessário que a passageira do táxi descesse do carro e começasse a dar palpites na conversa.
Quando chegamos ao Cristo Redentor, uma neblina gelada se aproximava. Estávamos todas com roupas leves e não conseguimos ficar nem 10 minutos lá em cima e quase morremos enquanto esperávamos a van para descermos até a entrada.
Já era mais de 18hs quando saímos de lá e, talvez pelo dia complicado que tivemos, o guia nos desanimou a continuar com os outros passeios e decidimos voltar para nosso apartamento.
A viagem não terminou por aí, continuo contando em outra postagem.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Minha tecnologia

Quando vemos tantas crianças com aparelhos celulares, tablets e lindas criações do Tio Jobs, não paramos pra pensar como tudo isto é recente. A tecnologia começou a aparecer aos poucos à nossa volta, como se fosse algo de outro mundo, e hoje não sabemos mais o que fazer sem ela. Parei para pensar a respeito e resolvi escrever uma postagem.
Quando eu era criança (isso não faz tanto tempo assim, tenho apenas 23 anos), as coisas mais tecnológicas que tínhamos em casa eram o rádio (AM/FM, toca-fitas e disco de vinil) e a televisão (20 polegadas com caixa de madeira, controlada por um aparelho conversor UHF). Para as pessoas mais jovens, que nunca ouviram falar em UHF, era um aparelho ligado à TV, onde você rodava um botão até chegar no canal que você queria (o que era horrível se o canal desejado fosse o último) e não tinha controle remoto.
Quando os video-cassetes estavam no auge, meus pais compraram um. Tinha um controle remoto simples que apenas reproduzia as fitas e mudavam de canal caso você cadastrasse manualmente cada canal no video-cassete.
Para se ter um telefone fixo era uma fortuna. Era difícil quem possuía uma linha telefônica e não existiam muitas operadoras, então não tinha competição de preço.
Aos seis anos de idade, meus pais me deram um dos presentes mais tecnológicos da época: uma televisão de 5 polegadas preto-e-branco + AM/FM, sem controle remoto e um videogame Memory Game com 128 jogos do ATARI registrados na memória (sim, o ATARI tinha todos estes jogos e vocês só conhecem o PacMan). Já joguei o ATARI original também na casa da minha prima.
Com o tempo, a tecnologia foi aumentando e começamos a comprar Cds e aparelhos de Cds, além dos celulares conhecidos hoje como Tijolões.
Para quem está acostumado com Iphone, Android, etc, a tecnologia dos Tijolões era realmente poder atender um telefone fora da tomada e servir de despertador.
Apenas com 15 anos de idade tive meu primeiro computador. Comprei de um técnico que trabalhava por conta e ninguém em casa entendia de informática. Ele veio com Windows Millenium (que já é um lixo à parte), sem cooler (o cara fez um favor de deixar a máquina bixada pra gente ter que procurá-lo mais vezes) e a nossa Internet era discada (nem sei se já existia banda larga na época).
Antes da época da Internet, eu costumava fazer trabalho de escola manuais com meus amigos de classe na Biblioteca Municipal, onde procurávamos os livros pelo assunto, até encontrarmos alguma fonte boa, tirávamos fotocópias e escrevíamos na folha de almaço. Quando eu queria apresentar um trabalho mais sofisticado, eu datilografafa na máquina de escrever.
Mais tarde foram surgindo os celulares nokia, o celular já tinha Snake. Naquela época, se um celular tivesse o famoso jogo da cobrinha, ele não precisava nem atender telefonemas.
Hoje sou da área de informática, mas não sou doente por tecnologia. Não sou do tipo que pessoa que precisa ter sempre o último modelo de alguma coisa. Se o modelo que eu tenho faz tudo o que eu preciso, já é o bastante...

quarta-feira, 20 de março de 2013

Desencontros e um chip de celular

Hoje a ministra de louvor, Ana Paula Valadão, compartilhou um versículo no Instagram que me fez refletir sobre as coisas que me aconteceram nesses últimos dois dias:

"Porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas" Ex.40:38

No sábado, dia 16 de março de 2013, gastei os últimos cinquenta centavos de créditos que tinha no meu celular. Como o domingo foi corrido, minha esperança era colocar mais créditos na segunda-feira.
Quando acordei na segunda-feira, percebi que meu celular estava sem serviço. Por mais que eu desligasse e ligasse novamente, o celular não funcionava. Testei meu chip em outro celular e testei outro chip no meu celular e cheguei à conclusão de que meu chip havia queimado.
Esperei até minha hora de almoço e fui à loja da minha operadora que fica próxima ao meu local de trabalho. O gerente constatou que o chip estava realmente queimado e começou a me oferecer vários planos e forma de pagamento e promoções que davam medo. Perguntei a ele se tinha como manter o meu número de celular e ele disse que eu perderia todas as chances de assinar os planos que ele falou, mas para fazê-lo eu teria que ir até uma loja do centro da cidade.
No mesmo dia, ao voltar do almoço, fui atender ao chamado de alguns usuários (trabalho com suporte de informática) e o problema demorou mais que o esperado para ser solucionado. Quarenta minutos depois do meu horário normal de saída, chego até o meu departamento e o encontro trancado, com todas as minhas coisas dentro, inclusive a chave da minha moto e meu capacete. Sem reclamar e fazer barraco, retornei ao local onde eu estava atendendo e pedi para usar o telefone para ligar para o meu pai me buscar.
No outro dia acordei mais cedo e fui trabalhar de ônibus. Meu namorado foi até a loja da minha operadora para trocar o chip, mas disseram que eu deveria ir até lá com meus documentos e só assim conseguiria o chip com o meu número.
Saí mais cedo do serviço para dar tempo de encontrar a loja aberta. Estava caindo uma garoa fina e as ruas estavam molhadas. Andei alguns quarteirões com a moto e um carro passou o sinal de pare, impedindo que eu conseguisse frear a tempo. Bati a moto na traseira do carro dele e Deus me guardou de uma forma, que eu tive apenas um arranhão na cintura e minha moto ficou praticamente inteira, sem nenhum estrago na pintura. Apenas o aro da roda da frente entortou um pouco (ainda daria pra andar mesmo assim), a placa teve uma ponta dobrada e o retrovisor esquerdo desencaixou.
O rapaz reconheceu o erro dele e se comprometeu a pagar o conserto da moto. Fui ao médico e não quebrei um osso sequer.
Fiquei refletindo hoje se eu teria saído tão bem dessa se tivesse deixado os problemas da segunda-feira me dominar. Tudo o que fazemos de cabeça quente nos traz consequências maiores e mais desastrosas.
Estou usando um chip reserva do meu namorado até que consiga trocar o meu...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Uma quase atriz

Enquanto conversava com meu namorado ontem, tive um delírio de ir para Hollywood, gravar um filme de sucesso e voltar com a conta do banco um pouquinho mais gorda...
Delírios à parte, já tive uma época da vida em que pensei realmente em atuar.
Quando pequena, gostava de criar personagens e criar diálogos entre eles, além de amar decorar falas de filmes, trechos de livros, poesias e peças teatrais.
Aos dez anos de idade, fui convidada pra participar de uma peça teatral para o dia das crianças. Era o musical da Turma do Printy / Turma do Salty "Louvores da garotada vol.2" e meu personagem era nada mais, nada menos que a "menina 3", mas foi um dos maiores papéis da minha vida.
Daí em diante, toda comemoração que tinha na igreja me inventavam um monólogo e eu amava interpretá-los.
Depois, quando eu já estava com uns quinze anos, não me davam mais papéis para as peças da igreja. Fiquei meio tímida na época e acabei deixando meu "lado-atriz" desativado. Uma parte dele insistia em voltar, já que eu decorava todas as falas das peças que eu nem participava...
Anos mais tarde, entrei para a faculdade. Senti uma certa dificuldade em falar em público e isto não é muito bom quando se tem inúmeros seminários para apresentar no decorrer dos semestres.
Minha irmã entrou em uma promoção de uma escola de cursos profissionalizantes e me chamou para participar também. Optei pelo curso de teatro, porque imaginei que me ajudaria a perder meu medo de público.
Gostei muito do curso do dia que entrei. Fazíamos exercícios, esquetes e recebíamos muitas dicas.
Passado um tempo, minha professora de teatro me convidou para fazer parte da peça da outra turma que já estava se formando. Pra mim foi uma oportunidade ótima. Conheci doze pessoas com as quais aprendi muito e ainda tenho contato com elas de vez em quando.
A peça contava a história de seis amigas que foram separadas com o passar dos anos e, com um presente do destino (tem que dar emoção pra sinopse), suas vidas começam a se cruzar novamente e elas precisam superar diferenças sociais e problemas familiares em nome da amizade verdadeira (chorei aqui).
Às vésperas da apresentação, temos que gravar nossas falas em estúdio por ordem do dono da escola. Passamos o dia inteiro gravando e, no outro dia, quando faltavam poucas horas para a apresentação, fomos surpreendidas por erros drásticos de edição que colocariam em risco toda a apresentação. Sem alternativa, resolvemos fazer a peça inteira ao vivo. Nós, as que tínhamos menos falas, tentávamos lembrar as protagonistas quando elas esqueciam suas marcações e, apesar de tudo, a peça deu certo.
Por motivos que prefiro não citar para não julgar ninguém, nossa professora foi tirada e colocaram outra no lugar cuja vocação era a dança (não que eu a tenha visto dançar efetivamente, mas se ela disse, eu acredito).
Todas nossas aulas de teatro foram convertidas em aulas de dança e a peça de teatro da minha turma (que já estávamos ensaiando) foi simplesmente descartada.
Com um toque de mágica, quase todos os alunos da escola foram embora e restamos apenas os mais persistentes. Fiquei um mês sem frequentar a escola de teatro, até que escrevi uma nova peça e, por incrível que pareça, a professora aceitou. Passamos a ensaiar, mas a professora queria mudar totalmente a idéia da protagonista da peça interpretada por mim e não entrávamos em acordo.
Um belo dia, ela foi pra uma competição de dança e deixou outro professor em seu lugar. Aprendemos muito com ele e sentimos que finalmente apresentaríamos a peça da nossa turma, mas a diretoria da escola começou a dizer que não era possível marcar a apresentação no teatro e não apresentamos até hoje.
Depois disto não tive mais experiências com teatro. Devo até ter perdido a prática...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Mundo de faz-de-conta

No ano de 2010, minha mãe sentia que suas pernas estavam inchadas e que ela estava com mais cansaço que o normal, mas não chegou a ir ao médico pra ver se algo estava errado. Ela apenas achava que estava engordando e envelhecendo.
Em agosto do mesmo ano minha avó faleceu e tanta correria fez com que minha mãe ficasse ainda pior. Ela começou a desenvolver crises nervosas, suas mãos atrofiavam e ela sentia fortes dores na nuca. Ficava horas no hospital em quase todos os dias e as medicações apenas traziam uma melhora temporária.
Minha mãe começou a passar por vários médicos que insistiam que ela estava com depressão por causa da perda da minha avó, mas sabíamos que ela estava bem emocionalmente, mas não conseguíamos nenhum médico que aceitasse esta hipótese para que ela pudesse se curar. Inclusive a grande maioria dos médicos receitavam remédios fortíssimos para manter minha mãe dormindo a maior parte do tempo. Ela passou praticamente um mês inteiro na cama.
Como tudo tem seu propósito, creio que minha mãe passou por isto para dar uma lição de vida para muitas pessoas. Os médicos a mandaram para um grupo de apoio onde as pessoas contam seus problemas a uma psicóloga que analisa as situações entre eles.
Minha mãe ficava sempre em silêncio, observando o que as outras pessoas passavam: solidão, desprezo, depressões, pessoas que não tinham nem o apoio da própria família. Um dia a médica a interrogou. Perguntou sobre a morte de minha avó e como era a vida que minha mãe levava. Ela respondeu que estava conformada com a morte de sua mãe, que sentiria sua falta, mas que já tinha entendido e não estava mais sofrendo com isto. Disse também que meu pai era um ótimo marido, que a tratava como princesa, suas filhas não davam trabalho, tinham estudo e eram obedientes. Afirmou com todas as letras que era uma pessoa feliz.
A médica não aceitou esta versão da história. Ela achava que minha mãe estava louca ou inventava tudo aquilo para fugir do tratamento e dizia à minha mãe que ela vivia em um mundo de faz-de-conta. Era tão impossível para a médica que as pessoas pudessem ser felizes que ela encaminhou minha mãe para uma psiquiatra (afinal, minha mãe era louca por ser feliz).
Enquanto a medicina duvidava da felicidade da minha mãe, os pacientes criaram uma espécie de esperança e passaram a pedir conselhos à minha mãe, para que eles aprendessem como serem realmente felizes. Até o momento eles só ouviam dizer que era impossível ser feliz e que tínhamos que aceitar a realidade em que vivíamos.
Ao passar pela psicóloga, minha mãe foi interrogada como se estivesse resistindo a qualquer tratamento. Com o tempo a médica percebeu que minha mãe realmente não era louca e que estava apenas com os nervos abalados. Além disso, sua pressão (que foi baixa durante toda a vida) tinha mudado para alta.
Após algumas sessões de acupuntura e tratamento com remédios de pressão, minha mãe foi melhorando.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Minha própria cidade

A melhor coisa em ser criança é a falta de preocupações com compromissos, falta de contas para pagar e ter tempo de sobra pra fazer qualquer coisa.
O que eu mais gostava de fazer quando era pequena, era brincar de faz de conta com situações verdadeiras. Por exemplo, se eu ia na igreja, ao chegar em casa eu fazia todos os meus bonecos e ursinhos de pelúcia iam na igreja também. Se assistia ao desfile cívico de Independência, todos os bonecos tinham que desfilar, entre tantas outras situações. Me divertia muito com isso!
Mas a melhor de todas as brincadeiras da minha infância era brincar de cidadezinha. Eu riscava o quintal inteiro com giz, fazendo casas e quarteirões, separava todos os meus bonecos e ursinhos em famílias, colocava móveis de casinha e peças de lego para decorar as casas, fazia estabelecimentos para poder empregar os pais de família e os filhos eram separados em séries e iam para a escola em turnos. Eu, por minha vez, era a motorista de ônibus. Tinha uma pequena bicicleta com um cesto na frente, onde eu colocava os passageiros para levá-los para seus locais de trabalho, escola, casa, durante todo o dia. Era o tipo de brincadeira que eu poderia brincar durante dias sem me cansar.
E eu cheguei a esta conclusão cedo o bastante para que a brincadeira se tornasse em algo "eterno enquanto possível". Desenhei o mapa da cidade em um caderno, onde escrevi quem fazia parte de cada família, onde moravam, o que possuíam, onde trabalhavam, em qual série estavam as crianças, para que todos os dias eu pudesse montar tudo como estava no dia seguinte, quando minha mãe dizia que já era tarde para ficar brincando no quintal ou quando meu pai chegava com o carro e eu tinha que tirar a cidade da garagem.
Certa vez, resolvi brincar de cidade dentro de casa. Espalhei as famílias no meu quarto e não era possível apenas andar de bicicleta lá dentro. Justo neste dia minha irmã levou duas colegas de classe para minha casa. Por sorte, consegui que elas não tivessem contato com o fogo para incendiar a casa, pois foi apenas o que faltou. No fim do dia, estava lavando a louça antes que minha mãe chegasse e as amigas estranhas da minha irmã entraram no quarto e começaram a arremessar toda a cidadezinha pela janela (se eu pudesse, teria amarrado aquelas duas até que alguém tomasse alguma providência). Minha irmã não tinha controle da situação e na hora que minha mãe chegou tinha bonecos jogados até na cozinha.
Minha irmã ficou um tempo sem levar amigas para casa depois disso...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Arrumando um emprego

Já imaginou se você estivesse desempregado, sem mandar currículo, andando no supermercado com sua família e ganhar um emprego de repente? Impossível? milagre? Mas aconteceu...
Há alguns anos, todos da minha casa trabalhavam no mesmo lugar, numa oficina de costura. Minha mãe e eu costurávamos, minha irmã era auxiliar e meu pai realizava entregas. Com a crise e outros problemas de força maior, a empresa que nos mandava serviço encerrou a parceria. Eu, minha mãe, minha irmã e minhas tias procuramos outros lugares para nos mandar serviço, mas não era suficiente para bancar toda a família. Meu pai, por sua vez, não conseguia emprego em nenhum lugar. A situação não era favorável, ele tem apenas o ensino médio completo e sua últica vantagem competitiva é uma carteira de habilitação D, mas mesmo as empresas de transporte coletivo não estavam contratando.
Fomos a um supermercado do centro da cidade (que dificilmente frequentamos) e meu pai encontrou um amigo que não via há muito tempo. Ele contou a ele sobre sua situação e o amigo disse que tinha uma vaga em uma empresa prestadora de serviços e que ele deveria mandar seu currículo.
Meu pai estava de chinelo, bermuda, camiseta, óculos escuros e barba por fazer e resolveu passar na empresa apenas para deixar seu currículo e esperar talvez ser chamado.
Do supermercado fomos direto para a empresa que o amigo do meu pai comentou. Meu pai desceu do carro e foi até a portaria para entregar o currículo e fomos embora em seguida.
Mal saímos com o carro daquele bairro, o dono da empresa ligou para que o meu pai fosse lá imediatamente. Meu pai foi do jeito que estava, fez uma entrevista e foi contratado e trabalha lá até hoje.