terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Brincando na rua

Quando vejo que hoje em dia são poucas as crianças que não vivem enclausuradas dentro de casa durante a maior parte do tempo em que não estão na escola, usando aparelhos eletrônicos, como computadores, vídeo games e televisores, penso em como eu poderia ter aproveitado melhor a minha infância.
Não era sempre que meus pais me deixavam brincar na rua, mas isto não me impedia de brincar com as outras crianças. Meus vizinhos, que tinham minha faixa etária iam até o portão da minha casa. Lá nós compartilhávamos brinquedos e conversávamos durante horas. Eles muitas vezes do lado de fora do portão e eu do lado de dentro.
Quando existia a possibilidade dos meus pais ficarem na calçada nos observando, aí era a maior festa. Brincávamos de brincadeiras que talvez muitas crianças hoje desconheçam.
- Elefantinho colorido: onde alguém ficava de costas, escolhendo cores e os demais tinham que encontrar objetos com a cor escolhida.
- Mamãe disco: alguém escolhia que música deveríamos cantar e, cada um que acertava tinha direito a um passo a mais, até chegar do outro lado da rua.
- Esconde-esconde: nas ruas, o que não faltava era opção de lugar criativo para nos escondermos.
- Futebol: mesmo na época a minha rua sendo uma descida, era comum fazermos traves com chinelos e jogamos uma partida quase que sem regras.
- Taco: um tipo de adaptação do beisebol, onde os jogadores tinham que rebater bolinhas na tentativa de mandá-las para longe, aumentando os pontos cada vez que conseguíamos cruzar os tacos, enquanto o adversário buscava por elas.
- Pião: Eu sabia rodar vários tipos de pião, conseguia jogá-los para cima e pegá-los na mão enquanto estavam rodando. Era uma sensação boa e ao mesmo tempo fazia cócegas nas palmas das mãos.
Mesmo depois dos meus 18 anos, quando me mudei de casa, ainda cheguei a brincar na rua com meus vizinhos e amigos. Tenho boas recordações desta época.
Me lembro que, quando pequena, aprendi a fazer pipas com meus vizinhos. Pipa convencional, papagaio, capucheta... eu nunca tive esta neurose de achar que isto era brincadeira apenas para meninos. Quando fazíamos as pipas, meus pais levavam minha irmã e eu para soltarmos nas pracinhas, no horto da cidade ou quando tínhamos a oportunidade de visitar alguma chácara. A tristeza começou quando descobrimos que algumas pessoas tinham como diversão cortar a linha das outras pipas. Isto me decepcionou e desanimou muito, pois eu levava tempo pra montar uma pipa personalizada, com olhinhos, franjas e tudo, pra depois alguém roubar ou destruir apenas por hobbie.
Teve sim a época da minha vida em que eu brinquei de vídeo game, mas não foi uma substituição das brincadeiras que eu já brincava e sim uma opção de diversão para os dias de chuva ou que não tínhamos a possibilidade de sair.

Nenhum comentário:

Postar um comentário