quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Trocando os dentes

Se existe um pavor que eu sempre tive foi o de arrancar dentes em casa. Sério! Não vejo problemas em ir ao dentista e extrair dentes com um profissional da área, mas era só algum dente-de-leite começar a amolecer para eu ficar apavorada e a correria era evidente em casa, ao ponto da minha tia (que morava vizinha de casa) saber quando eu estava com um dente mole.
Os meus dois primeiros dentes que amoleceram foram os dois dentes incisivos do meio da arcada inferior (eles devem ter um nome ainda mais específico, mas sou completamente leiga no assunto) aos seis anos de idade. Meus pais começaram a se preocupar com isto quando perceberam que já tinham quase dois dentes inteiros nascendo embaixo dos dois dentes e eu não tinha coragem de arrancá-los.
Eu não queria que meus pais arrancassem, então eles me levaram ao dentista que fez o trabalho rapidamente. Com quase todos os meus dentes foi o mesmo problema, até que meus pais cansaram e passaram a me segurar e arrancar sem que eu pudesse fazer nada. Daí em diante, quando eu estava com algum dente mole, eu me trancava no banheiro e não saía até que meus pais fossem dormir.
Com a minha irmã era bem parecido, ela também se trancava no banheiro quando algum dente começava a amolecer, mas só saía de lá com o dente nas mãos (era monstruoso!).
Tive um vizinho, um pouco mais novo que eu, que não queria que sua mãe arrancasse seu dente-de-leite e só deixaria que alguém arrancasse se fosse um dentista (prometo que não foi influência minha). Sua mãe, como solução, disse que minha tia, que morava do lado da minha casa, era dentista. Mesmo sem a aparelhagem de dentista, ele acreditou e deixou minha tia puxar o dente.
Uma situação engraçada que me aconteceu foi com o meu dente canino esquerdo da arcada superior. Em uma noite, eu estava dormindo e senti algo dentro da boca. Corri para o banheiro e o dente tinha caído. Sem dor, sem sangue e sem preocupação. Foi a melhor forma de arrancar um dente que eu já vi, pena que só aconteceu uma vez.
Tenho um dente que eu demorei tanto para arrancar que o outro nasceu completamente torto no lugar e, pra piorar (e dar um nó no cérebro dos dentistas), ele nasceu sem raíz, mas está sobrevivendo. O ruim é que, por não ter raíz, os dentistas acharam melhor não colocar aparelho para consertar.
Depois de tudo já arranquei os quatro "dentes do juízo" e sobrevivi e creio que não vou necessitar arrancar mais nenhum (pelo menos assim espero).

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