quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Treinando a memória

Algumas pessoas se assustam quando eu começo a comentar sobre hitórias de cerca de quinze anos atrás como se fosse ontem, então criei este blog.
Sempre gostei de memorizar coisas. Até hoje sei todas as falas da história "Natal rural" do gibi do Chico Bento da Edição 180 de dezembro de 1993. Devo tê-lo guardado até hoje, mas não preciso de cola para me lembrar das falas e seus respectivos personagens.
Quando pequenas, eu e minha irmã éramos "viciadas" nos filmes "As namoradas do papai" com as gêmeas Olsen e "Olha quem está falando agora" com Kristie Alley e Jhon Travolta. Tínhamos gravados em fitas de vídeo (pra você que não é desta época, é o que usávamos antes de existir o DVD) e sabíamos todas as falas. Certa vez nós atuamos o filme das gêmeas inteiro em casa, com direito à caracterização dos personagens.
Uma coisa que eu gostava muito na adolescência era poesia. Eu escrevia meus próprios poemas e lia livros de literatura brasileira, mas tinha uma certa dificuldade para decorá-los.
Foi então que eu tive uma idéia. Minha tia me deu um rádio gravador de fitas de áudio (e, novamente, você que não é desta época, isso é o que usávamos antes da popularização do CD). Com este rádio, eu gravava todas as poesias em forma de música, cada uma com sua melodia e ritmo, que iam de pop a rock.
Tendo decorado as "músicas", em pouco tempo eu já tinha aprendido todos os poemas, os quais sei até hoje e muitos são relativamente grandes.
Na igreja eu sempre gostei de participar dos teatros e sabia as falas de todos os personagens, mesmo das peças que eu não atuava.
Aos dezoito anos, comecei a frequentar aulas de teatro, porque eu gostava e porque queria perder um pouco da timidez que adquiri na pré-adolescência.
Em algumas aulas a professora pedia que levássemos poesias para interpretar. Eu já tinha várias em meu "banco de dados" e só precisava me preocupar com a interpretação.
Fui convidada pela professora de teatro para participar da peça de uma outra turma. Fiz vários amigos, pois a peça contava com 13 atores, contando comigo, onde 12 eram meninas.
Meu personagem não era tão grande, mas isso colaborou para que eu conhecesse as falas das protagonistas e as ajudasse a lembrar quando necessário. E foi necessário. O diretor da escola pediu que gravássemos todas as nossas falas em estúdio e passamos a véspera da apresentação fazendo isso. Fizeram a maior confusão na hora de editar e não tivemos como utilizar. O jeito foi fazer a peça e as personagens menores davam alguns toques para as personagens maiores. Mesmo com tantos imprevistos a peça ficou muito boa e ainda nos dá saudades.
Hoje minha memória está menos congestionada. Minha mãe disse que eu tinha que comprar uma agenda. Comprei, mas não uso... Tenho gasto minha memória, escrevendo o blog e armazenando letras de música, tons, etc.

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