segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Lembranças noturnas...

Eu definitivamente não sou uma criatura noturna, daquelas que funcionam melhor à noite, dorme tarde e acorda mais tarde. Se alguém me vir acordada depois da meia-noite, vai me ver bocejando, olhando fixamente para lugar nenhum, vai ver que eu não vou conseguir prestar atenção em muita coisa e vai me ouvir falando frases sem sentido ou rindo de qualquer coisa. Entretanto, o meu sono não é tão pesado e algumas coisas podem me fazer acordar no meio da noite.
Quando eu tinha cerca de 4 anos de idade eu tive um pesadelo que eu nunca mais esqueci. Apareceu uma espécie de arco-íris no asfalto da rua da minha casa, de onde saíam raios e ele atraía as pessoas para dentro dele e elas simplesmente sumiam. Imagine o quão traumatizante é para uma criança de 4 anos ver toda sua família e vizinhos serem engolidos por um arco-íris no asfalto?
Outra vez, eu tinha cerca de 10 anos de idade e tinha ficado muito chateada com o motorista da van que me levava para a escola e acordava cada vez que lembrava dele. Cheguei a ir até o quarto dos meus pais para desabafar com minha mãe, que me ensinou que nos meus sonhos eu podia fazer qualquer coisa e não precisava ficar refém dos meus medos. Isto me ajudou muito, porque eu controlava os meus medos durante à noite e não sofria mais durante o dia.
Mas o problema é quando a situação não ocorre nos seus sonhos, mas o susto é real:
Certa vez, eu estava dormindo tranquilamente, quando senti um dos meus dentes caindo (e não era sonho!). Acordei assustada e corri para o banheiro. Graças a Deus que não o engoli.
Teve uma época, na antiga casa que eu morava, que um dos canos do encanamento da pia da cozinha começou a vazar, mas por causa do gabinete da pia, não era possível enxergar que havia algo de errado. O problema é que as baratas da vizinhança conseguiram encontrar o defeito rapidamente.
Em uma noite, eu estava dormindo bem e, por um impulso, eu abri os olhos e enxerguei uma barata andando lentamente na direção da minha cama. Eu levantei, não tão lentamente assim para enfrentá-la e, consequentemente, acordar todos na casa.
Em uma outra noite, era a vez da revanche. Eu senti cosquinhas em meu braço e comecei a chacoalhar as mãos. Foi aí que percebi que as cosquinhas pararam. Acendi a lâmpada e vi uma barata correndo para baixo dos móveis do quarto. Pedi a ajuda do meu pai, que deu um fim nela. Quando ele saiu do meu quarto, voltei a apagar a lâmpada e fechei os olhos. Não demorou muito, eu comecei a ouvir um barulho na estante que ficava ao lado da minha cama. Corri para acender novamente a lâmpada e vi uma outra barata na ponta da prateleira, quase caindo na minha cama e outra na prateleira de baixo. Chamei novamente o meu pai, que me socorreu. No dia seguinte ele descobriu o problema no encanamento, que estava atraindo as baratas e tudo foi solucionado.
O duro é que "nem só de baratas se tira o sono". Já aconteceu de eu escutar barulhos durante a noite e dar de cara com uma ratazana na sala, por exemplo...
Quando eu me mudei de casa, há quase 8 anos atrás, eu me mudei para perto do aeroclube da cidade e, durante uns dois meses, eu despertava todos os dias às 5 ou 6 da manhã com o barulho dos ultraleves. Outro problema eram os "shows de forró" ao vivo no barzinho da esquina todas as sextas-feiras. Com o tempo eu me acostumei e estes barulhos já não me atrapalham de dormir.
Se você possui sono pesado e não acorda por qualquer barulho, sinta-se abençoado. Eu não tenho problemas de insônia, mas meus ouvidos não desligam totalmente durante o sono, ao ponto de eu ter que deixar os toques de celular sempre na altura mínima, pra não correr o risco de acordar por causa de um simples "Bom dia grupo!" no whatsapp.

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