quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Fazendo as unhas

Nunca fui a melhor manicure de todos os tempos e não é sempre que dá pra estar com as unhas impecáveis. Eu gosto de usar esmalte preto, mas passo outras cores de vez em quando. Com exceção da minha mãe, é difícil alguma outra pessoa fazer as minhas unhas.
Creio que uma das primeiras vezes da minha vida que deixei alguém fazer a minha unha foi quando eu era pequena. Minha prima comprou alguns esmaltes e acessórios para manicure e pediu para fazer as minhas unhas. Eu, como amo minha priminha, confiei cegamente, achando que ela sabia o que estava fazendo.
Mergulhei as mãos na água até que meus dedos começassem a enrugar e depois, enquanto assistíamos atentamente à Sessão da Tarde, minha prima começou a fazer as minhas unhas. Não demorou muito para que algum dedo começasse a sangrar. Ela estava tentando tirar minhas cutículas e até a lixa conseguiu machucar meu dedo. Acho que não criei um trauma depois disto.
Minha irmã não deixava que ninguém, além do meu tio, cortasse suas unhas. Acho que pelo fato dele ter bastante paciência e fazer com que aquilo ficasse mais divertido.
Falando de unha, minha avó (que infelizmente, não está mais entre nós) era apaixonada por esmaltes. Com quase noventa anos de idade suas unhas eram compridas, fortes e sempre com um esmalte de cor rosada. Este era o presente que ela mais gostava de ganhar. Sempre que podíamos, comprávamos um esmalte (na maioria das vezes de cores parecidas) e o sorriso no rosto dela quando ganhava era recompensador.
Há alguns anos, uma amiga me pediu que a ensinasse a tocar violão. Marcávamos de chegar uma hora mais cedo que o horário do curso de inglês (saudades de quando eu tinha tanto tempo livre) para que eu pudesse passar tudo que eu sabia a ela.
Logo na primeira aula, passei a posição de alguns acordes e ela ia fazendo um a um. Ela se queixava que o som estava muito feio e que o som que eu fazia era bonito. Eu disse que era uma questão de prática, que ela tinha que apertar bem as cordas certas, sem esbarrar nas erradas, mas ela continuava se queixando de que parecia que o som saía raspando. Eu observei as unhas enormes dela e disse que este poderia ser o problema. Imediatamente, ela olhou para suas unhas e disse que não queria mais aprender a tocar, que suas unhas eram mais importantes que sua vontade de aprender violão.
Em uma determinada época, eu estava inspirada a inventar maneiras diferentes de fazer minhas unhas. Passava diversas cores de esmalte juntas, uma camada de esmalte branco por cima e fazia minhas "obras artísticas" com palitos de dente. Manicures chegaram a elogiar minhas unhas.
Sempre tive vontade de aprender a desenhar em unhas, mas acho que não tenho esta vocação (pelo menos não com a mão esquerda). Então não posso inventar muito ou fico com a mão esquerda bonita e a mão direita toda torta.

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