quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Imitando a vida adulta

Quando somos crianças, o mundo adulto nos fascina. Parece que crescer e adquirir uma certa independência, trabalhar é atrativo.
As meninas, por exemplo, gostam de brincar de casinha, de boneca, de limpar a casa, passar roupa, etc, porque se espelham nas tarefas de casa de suas mães. No meu caso, eu tinha várias roupinhas de boneca e sempre lavava roupa por roupa em uma banheira, depois colocava pra secar, fingia que passava e as deixava dobradas. Eu tinha minha própria vassoura, meu rodo e até minha própria maquininha de costura.
Falando em costura, no ano de 1997 minha professora de escola nos ensinou a fazer fantoches com meias. Acho que nossas mães devem ter adorado a idéia de "estragar" uma meia pra fazer um boneco. Me senti grande quando vi que, entre os materiais necessários para fazer o fantoche, iríamos usar agulha de mão para costurar a meia. E o melhor, minha mãe me emprestou uma agulha para isto. Depois deste dia, só tinha graça vestir as bonecas com as roupas que eu mesmo fazia. Eu as desenhava, recortava e costurava. Não quis seguir a carreira de moda por diversos motivos que posso contar em uma próxima postagem, mas até hoje ajudo na confecção de roupas de TNT para o grupo de crianças da igreja.
Às vezes também brincava de outras profissões, como cabeleireira, dentista, professora, etc.
No ano de 1993 ou 1994, se não me engano, estávamos eu e minha prima (as duas com menos de 5 anos) brincando de cabeleireiro na sala da casa dela. Resolvemos colocar um pouco mais de realidade na brincadeira e buscamos uma tesoura pra cada uma. Cortamos os cabelos de verdade e escondemos os fios atrás do sofá. Eu fiquei com as pontas do cabelo todas cortadas e minha prima ficou completamente sem franja. Imagine a bronca que levamos.
Outra vez, eu já devia ter entre 7 e 9 anos, outra prima foi na minha casa e resolvemos brincar de cabeleireiro (e, pra provar que tínhamos aprendido a lição, não usamos tesouras) e estava tudo bem, até que ela resolveu enrolar meu cabelo com uma escova redonda, começando das pontas até a raíz e depois a escova ficou completamente presa no meu cabelo. Neste momento, minha prima começou a chorar e eu notei que alguma coisa estava errada. Corri para o quarto da minha mãe, que teve paciência de passar horas desenroscando os fios do meu cabelo um por um.
Como dentista, conseguíamos ser ainda mais terríveis. Minha prima já tentou arrancar o dente da irmã dela, dizendo que estava com cáries, eu enchi a boca da minha irmã de pasta de dentes para fazer um tratamento.
A vida é difícil de explicar. Enquanto somos crianças, queremos fazer coisas de adultos e, quando crescemos, sentimos falta da vida que tínhamos quando crianças.

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