quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Perguntando e avisando

Durante várias fases de nossas vidas tomamos decisões por nós mesmos ou perguntamos a opinião de alguém. Na minha vida não foi diferente. Às vezes eu tinha dificuldade de decidir o que era melhor pra mim, porque sempre pensei muito nas outras pessoas e se minha decisão seria boa para elas também. Para tudo o que eu ia fazer, porém, minha mãe era a voz suprema. Se ela não estava de acordo, acabou. A não ser que ela não estivesse por perto pra que eu pudesse perguntar. Nestes casos eu tomava as decisões e atitudes e avisava pra ela depois.
Uma vez, eu e minha prima ainda éramos muito pequenas (usávamos fraldas e mal sabíamos falar), estávamos no pé de nossas mães enquanto elas trabalhavam, porque não sabíamos com o que brincar e o que fazer. Minha tia, na tentativa de criar uma brincadeira, deu uma sacola de feira para minha prima e disse que era pra irmos para a feira (imaginando que íamos brincar de feira). Passado alguns minutos, minha mãe e minha tia acharam que a casa estava muito silenciosa para ter duas crianças pequenas brincando e saíram correndo pela casa procurando por nós e não nos encontravam.
Num ato de desespero, elas abriram o portão para olhar a calçada e nos viram de mãos dadas, próximo à esquina, com a sacola na mão, indo para a feira (que nós não fazíamos idéia de onde era).
Um dia, aos quatro anos de idade, estava assistindo um destes programas de TV que usam hipnose pra controlar a mente das crianças (é a única explicação que eu acho para isto) e quando vi minha mãe passar pela sala, tirei a chupeta da boca e disse que não usaria mais e ela poderia jogar fora.
Era uma dura decisão pra uma criança de quatro anos que chupava chupeta até o presente momento, mas eu levei a sério. Minha mãe até guardou a chupeta em uma gaveta do armário para o caso de eu mudar de idéia, mas eu não voltei a buscar por ela.
Outra vez, com nove anos de idade, meus pais me levaram na casa de uma outra prima pra que eu passasse o dia com ela. Cheguei lá pela manhã e fiquei até a tarde. Minha tia teve que sair e nos deixou brincando em casa (minha avó e minhas tias moravam ao lado e cuidavam da gente). Quando ficamos com fome, em vez de procurar nossas tias para falar, preferimos fazer nós mesmos a nossa refeição. Minha prima disse que sabia fazer "chá de chocolate" e que era muito simples e rápido (hoje ela cozinha super bem, mas naquela época...). Depois de tomarmos bastante chá de chocolate, decidimos desbravar o bairro. Ela tinha uma pequena bicicleta com garupa e fomos nós duas andar pelo bairro.
Eu me sentei na garupa e não notei que ela estava com os parafusos frouxos e, quando passávamos por um trecho ainda não pavimentado, a garupa da bicicleta caiu e eu fiquei no chão. Sem perceber que eu já não estava na bicicleta, minha prima saiu correndo e me deixou no chão. Eu peguei o banco da garupa e saí correndo, grintando o nome dela até que ela me escutou e voltou pra me buscar.
Voltamos para a casa dela e logo depois a mãe dela chegou e nós avisamos a ela o que tínhamos feito. Escutamos um pouquinho, mas nestas horas não havia muito o que ser feito e estávamos bem...

Nenhum comentário:

Postar um comentário