quinta-feira, 26 de julho de 2012

A música e eu - parte II

Na postagem anterior, eu disse que nunca tocaria teclado na minha vida. É como dizem: "se você cospe para cima, cai na testa!". Pois o meu segundo instrumento foi justo o teclado.
Um dia meu tio comprou um teclado de quatro oitavas e mostrou pra gente quando fomos em sua casa. Todas as vezes que íamos na casa dele, ele ligava o teclado para que eu ficasse brincando e às vezes até saía alguma coisa. Fazia o meu tempo passar mais rápido e exercitava minha cabeça.
Ao ver o meu interesse, meu tio ofereceu o teclado para o meu pai que resolveu comprar pra mim. Eu improvisava acordes com dois dedos em cada mão e acompanhava as músicas de ouvido, fazendo as notas que eu tinha inventado. Eu inventando notas de teclado e minha amiga, Dayanne, que estava aprendendo violão, ficávamos horas cantando e tocando e escrevendo músicas.
Meu pai, animado com o meu progresso no instrumento, pediu que eu tocasse uma música na igreja no dia dos pais. Eu fiquei semanas escutando aquela música pra conseguir inventar acordes para encaixar na melodia. Hoje eu sei que não estava tão longe da formação correta dos acordes, mas tocar uma música que mudava de tom três vezes sem saber tocar nada foi um tanto complicado.
No dia dos pais eu estava "pronta" para tocar (apenas aquela música), levei o meu teclado para a igreja e deixei montado. Quando o obreiro chegou, ele ficou curioso para saber de quem era aquele instrumento, porque estávamos sem tecladista no conjunto. Disseram que era meu. Ele me chamou e me fez a propósta de tocar no conjunto. Eu disse que não sabia tocar, mas ele não acreditou. Colocou a mão sobre minha cabeça e disse: "Obrigado, Senhor, pela tecladista que o Senhor nos enviou!". Pronto. Foi o suficiente pra eu sentir o peso da responsabilidade e ficar apavorada.
No mesmo dia, bem neste dia, estávamos sem músicos na igreja e o obreiro pediu que me chamassem pra tocar durante todo o culto. Como assim? Eu não sei tocar!!! Até hoje me lembro das músicas que cantaram naquela manhã...
Com a pressão de ter que entrar para o conjunto de repente, eu resolvi procurar pela minha vizinha, pedindo para que ela me ensinasse como fazer os acordes. Eu já sabia ler cifras e tinha ritmo. Eu só precisava saber como fazer cada acorde e como eles se encaixavam em cada música. Após três aulas de teclado, minha vizinha arrumou um emprego sem horário fixo e eu fiquei sem as aulas.
A partir daí eu me virei como pude e, em menos de um ano, já tocava qualquer coisa de ouvido.
Acabei deixando a bateria um pouco de lado e peguei firme no teclado. Com o tempo, vi que, assim como consegui aprender a bateria sozinha e o teclado praticamente sozinha, eu poderia aprender a tocar qualquer outro instrumento, desde que eu me dedicasse. É aí que entra a terceira etapa da minha relação com a música.

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