quinta-feira, 26 de julho de 2012

A música e eu - parte IV

Muitos vão dizer que é mentira, eu mesma não me lembro, mas se minha mãe falou é verdade. Quando eu tinha apenas 6 meses de vida, estava dormindo no berço enquanto meus pais estavam assistindo TV na sala. Do nada, escutam uma voz vindo do quarto cantando "Aleluia, aleluia..." (claro que não tão bem pronunciado) e quando entraram no quarto me viram cantando.
Frequentei os ensaios do coral de crianças da igreja desde bebê até os 9 anos de idade. Durante este tempo fiz muitos solos. Os membros do coral iam crescendo e já não queriam cantar as mesmas músicas de criança de antes. Como solução, o obreiro resolveu criar um grupo de adolescentes, Passo-a-passo.
Devido à pré-adolescencia, toda minha hiperatividade se converteu em timidez e eu passei a ter um medo enorme de cantar solos. Por outro lado, aprendi a fazer outras vozes além da primeira.
Depois de alguns anos, todo o grupo foi se desfazendo, alguns se casaram, outros já estavam grandes para o grupo, outros saíram da igreja e outros entraram para o conjunto oficial. Para que a banda não terminasse, várias pessoas passaram pela liderança do grupo e eu tive que perder o medo de cantar solos.
Quando mudamos de igreja, comecei a tocar teclado no conjunto, mas ainda sem cantar.
Uma noite, quando estávamos ensaiando, o líder de louvor sugeriu um hino e as vocalistas que estavam lá não lembravam a letra. Eu, enquanto tocava, falava a letra da música para elas. Ele me perguntou se eu conseguiria cantar a música e eu cantei. A partir daí, passei a fazer parte dos vocais da igreja.
Hoje perdi o medo de cantar. Em quase todos os meus horários livres em casa eu fico cantando músicas minhas e de outras bandas que eu gosto: The letter black, Skillet, BarlowGirl, HB, Flyleaf, Oficina G3, Roberta Di Angellis, entre outros.
Conforme disse nas últimas três postagens, eu sempre tive facilidade para aprender tocar instrumentos na prática ("de ouvido", como muitos dizem), mas nunca tinha me aprofundado em teoria. O máximo que sabia era ler e escrever cifras.
Um dia, creio que no ano de 2009, entrou um trompetista no conjunto. Com muitos anos de prática, era só a gente falar o tom que ele sabia como improvisar. Mas, para que ele pudesse ser mais fiel às versões originais das músicas, ele me pediu para escrever partituras para ele. Eu disse a ele que sabia apenas um pouco de partitura de bateria pois já tinha estudado há alguns anos, mas não fazia idéia de como escrever.
Ele se propôs a me ensinar, me deu uma apostila e eu tive algumas aulas gratuitas de como funcionava a escrita da partitura. Um mês depois, eu já estava escrevendo as partituras para ele, que me corrigia quando algo estava errado.
Na mesma época, eu estava fazendo parceria de composição de músicas com uma amiga e, para poder registrar as músicas, ela pagava caro pelas partituras. Comecei a colocar em prática o que tinha aprendido de partitura e agora eu mesma as escrevo.
Hoje estou com uma banda de meninas, onde eu toco bateria e canto. Cada uma das cinco meninas da banda também teria uma linda história para contar de como aprenderam seus instrumentos. Pude acompanhar o desenvolvimento de boa parte delas.
Se existe algum propósito para o dom que Deus me deu? Eu creio que sim. Mas deixo que todas as coisas sejam feitas no tempo dele, para que nada do que já me aconteceu até aqui se perca.

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