quinta-feira, 26 de julho de 2012

A música e eu - parte III

Quando comecei a trabalhar e comecei a ganhar meu próprio dinheiro foi a época em que mais me dediquei à música na minha vida. Tudo de forma controlada, é claro.
Um dia, no aniversário da minha tia (que era professora dos jovens da igreja na época), seus alunos resolveram fazer uma homenagem para ela, tocando instrumentos. Na pausa dos ensaios eu resolvi pegar a guitarra e fingir que estava tocando. Perguntaram para minha mãe se eu tocava e ela dizia que não, mas eu consegui enganar bem, pelo menos visualmente (ela estava desligada).
Outro dia, no ensaio do conjunto, estávamos escutando o hino que íamos tirar e eu peguei o contrabaixo para acompanhar. Não sabia tocar. Ao menos não imaginava que estava tocando de forma correta. O baixista até perguntou se eu sabia tocar e eu disse que não, porque foi involuntário acertar as notas.
Após algum tempo tocando teclado no conjunto da igreja, comecei a reparar como os guitarristas faziam os acordes e imaginei que eu conseguiria fazer o mesmo. Em 2006, decidi comprar um violão.
Minha mãe achava que eu iria gastar o pouco que eu ganhava à toa, porque ela acreditava que eu iria brincar um pouco e parar, deixando o violão estragar como o outro estragou.
Insisti e comprei. Ao chegar em casa com o violão, tendo aberto, já comecei a tocar a música "Sacia-me" do Toque no altar, com exceção do si menor, porque não sabia fazer notas com pestana. Foi o suficiente pra convencer minha mãe que eu poderia aprender.
Comecei a pedir dicas para os guitarristas, mas não conseguia fazer pestana, minhas cordas eram de aço e meus dedos não estavam calejados o bastante. Seria fácil apenas comprar um jogo de cordas de nylon, né? Mas que graça teria fazer isto justo quando eu ganharia meu primeiro 13º salário da vida?
Com o dinheiro do 13º, comprei uma guitarra, uma caixa de som, um cabo p10, uma correia e duas palhetas. E não é que deu resultado? Com as cordas da guitarra eu aprendi fazer todos os acordes que estavam pendentes. Tocava guitarra em casa e levava o violão onde quer que eu fosse.
É claro que depois eu troquei as cordas do meu violão por outras que deixassem meus dedos mais confortáveis e não fiquei especialista nisto, mas tocar violão já me rendeu muitas amizades e momentos de descontração, já que ele é mais portátil e não necessita de energia elétrica.
Quando minha avó me viu tocando guitarra pela primeira vez, ela levou um susto. Tradicional, de cidade pequena, aquilo no mínimo era coisa do cão. Acho que ela não sabe que eu sou baterista até hoje.
Por volta de 2006 e 2007, eu e minhas amigas, Dayanne e Gisele resolvemos montar uma banda. Nunca pensamos em gravar CDs, apenas passávamos metade do domingo tocando na igreja, mesmo sem platéia nenhuma. Eu tocava bateria, a Dayanne tocava guitarra e a Gisele cantava. Um dia a líder da equipe de festas nos escutou e chamou a gente pra tocar no culto de dia dos pais. Até chegar o tal culto, entraram alguns meninos na banda, eu fui pro teclado e por aí vai.
Em 2008, mudei de casa e de igreja, por causa da localização. Avisaram os obreiros de lá que eu tocava teclado e, por causa disto, ainda toco teclado lá.
Um dia, minha mãe participaria do ensaio de um coral de senhoras e estavam sem baixistas. Minha amiga, que tocava violão me ensinou a fazer as notas e lá estava eu, tocando contrabaixo para o coral.
Se tem uma coisa que eu amo fazer é ensinar o que eu sei para outras pessoas com a mesma vontade.

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